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Deputados se manifestam contra denúncia da PGR contra Bolsonaro — Foto: Paloma Rodrigues/TV Globo |
A PGR denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas na última terça-feira (18), acusando-os de liderar uma organização criminosa que teria tramado uma tentativa de golpe de Estado. A acusação faz parte das investigações sobre os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Em coletiva de imprensa realizada após um encontro com Bolsonaro fora da Câmara dos Deputados, os parlamentares de oposição afirmaram que políticos de direita vêm sendo “implacavelmente perseguidos” desde a troca de governo. Eles também defenderam a aprovação de um projeto que prevê anistia aos envolvidos nos atos golpistas de janeiro de 2023.
O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), leu um manifesto no qual os parlamentares afirmam que a denúncia da PGR representa “mais um degrau na escalada criminosa contra a liberdade dos brasileiros”.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse que seu grupo político não defende os atos de vandalismo do 8 de janeiro, mas considera que as punições aplicadas aos envolvidos são exageradas.
“Nós não somos favoráveis à depredação de prédios públicos, ao vandalismo, à invasão de instituições. Achamos que quem fez isso e foi responsabilizado individualmente deve responder, mas não com penas de 17 anos, 14 anos”, afirmou Marinho.
Ele defendeu que o país precisa de pacificação e reconciliação, mas ressaltou que isso deve acontecer com base na justiça.
A oposição também colocou em dúvida a imparcialidade do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá se aceita ou não a denúncia contra Bolsonaro. Os deputados alegam que o ex-presidente pode ser condenado sem direito a uma defesa justa.
“As recentes decisões do STF nos fazem questionar: Bolsonaro terá possibilidade de defesa? Ou já entra condenado a 20, 30, 40 anos de prisão?”, questionou Zucco.
A deputada Caroline de Toni (PL-SC), aliada de Bolsonaro, também reforçou as críticas e afirmou que a denúncia contra o ex-presidente foi construída apenas com base na delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
“Essa denúncia está baseada em uma única evidência, na delação do Mauro Cid”, disse Caroline. “O STF é um tribunal político. É uma perseguição política”, concluiu.