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Renan Calheiros e a estrategia para a reeleição no Senado em 2026: Bastidores e alianças inusitadas

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/ Por Redação
Senador Renan Calheiros

Quem entende os meandros da política no estado sabe que, por trás das articulações, o foco está centrado na continuidade do mandato de Calheiros, que está prestes a completar 75 anos em setembro de 2025. Isso coloca em perspectiva uma série de negociações e alianças, com um claro objetivo: garantir o quinto mandato consecutivo de Renan no Senado. Para isso, a flexibilidade nas alianças e a disposição para fazer concessões têm sido essenciais.

Renan Calheiros iniciou sua trajetória política de maneira conturbada. Após não se dar bem em tentativas de cargos executivos — como a candidatura à Prefeitura de Maceió, em 1988, e ao governo do estado, em 1990 —, ficou sem mandato por um período. A reviravolta aconteceu em 1994, quando, com a ajuda de Manoel Gomes de Barros, ele conquistou uma vaga no Senado, superando a expectativa de que José Thomaz Nonô, que contava com o apoio de 93 prefeitos, seria o escolhido para a vaga.

Manoel Gomes de Barros teve papel crucial nesse processo, convencendo Nonô a abrir mão da vaga e persuadindo Divaldo Suruagy a apoiar Renan como candidato ao Senado. Essa movimentação garantiu a Renan seu primeiro mandato na Casa, o que seria apenas o início de sua ascensão política.

O que se seguiu foi uma série de vitórias, com Renan sendo eleito por três vezes presidente do Senado e acumulando um prestígio considerável, especialmente com a nomeação para o Ministério da Justiça em 1998, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Seu domínio político se consolidou, embora, nas últimas eleições para a presidência do Senado, Renan tenha ficado com a segunda vaga, sendo superado por Benedito de Lira e Rodrigo Cunha.

Com a proximidade de 2026 e o limite de idade para novas candidaturas a partir de 2034, Renan começa a traçar o caminho para sua última reeleição ao Senado. O que está em jogo agora é a preservação de seu status político, o que exige novos movimentos e, até mesmo, a reavaliação de algumas de suas antigas convicções.

Para garantir a reeleição, Renan tem mostrado disposição para sacrificar antigas rivalidades e abraçar alianças que antes pareciam improváveis. Entre essas, está a aproximação com o deputado federal Arthur Lira (PP), que, embora hoje seja seu principal adversário político, pode se tornar um aliado fundamental nesse processo.

Além disso, Renan estaria disposto a abrir mão da candidatura ao governo de Alagoas de seu próprio filho, Renan Calheiros Filho (MDB), em um movimento estratégico para fortalecer a sua própria reeleição. A escolha do prefeito João Henrique Caldas (PL) como possível candidato ao governo é uma tentativa de consolidar uma aliança ampla, capaz de garantir os votos necessários para a continuidade de seu projeto político.

Em um cenário em que a reeleição de Renan Calheiros se apresenta como a principal prioridade para o próximo ano, o futuro político de Alagoas parece estar sendo decidido nos bastidores. O que está em jogo não é apenas a permanência de um nome no Senado, mas a manutenção de um poder político que, ao longo dos anos, soube navegar por alianças e adversidades para se manter no topo.

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