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Crise política em Rio Largo expõe conflitos familiares e denúncias no clã Gonçalves

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/ Por Redação

Prefeito de Rio Largo a direita, Carlos Gonçalves | Foto: Reprodução
Uma crise política e familiar tem abalado as estruturas do município de Rio Largo, no interior de Alagoas, envolvendo a influente Família Gonçalves. O epicentro do escândalo mistura disputas por poder, denúncias graves e desavenças pessoais, com rumores que vão desde um possível sequestro até brigas por heranças. O silêncio ensurdecedor da Prefeitura e do ex-prefeito Gilberto Gonçalves (PP), atual supersecretário da Secretaria Municipal de Governo (Segov), tem alimentado ainda mais o burburinho na cidade, especialmente considerando o histórico explosivo de “GG”, como é conhecido.

Gilberto Gonçalves, figura central no cenário político local, é lembrado por episódios polêmicos durante seu mandato como prefeito, como a impaciência demonstrada com alunos de uma escola municipal e um confronto isolado com moradores que protestavam em uma das vias da cidade, ambos registrados em vídeo. No entanto, a crise atual, que teve início em 2024, parece ultrapassar os limites das controvérsias anteriores, envolvendo diretamente sua família e aliados políticos.

O estopim do conflito começou quando Gilberto Gonçalves, com o apoio de sua esposa e ex-primeira-dama, Cristina Gonçalves, decidiu lançar o sobrinho dela, Pedro Carlos da Silva Neto – que adotou o nome político de Carlos Gonçalves (PP) –, como seu sucessor na prefeitura. A estratégia, que visava manter o poder nas mãos da família, desmoronou antes mesmo da posse do novo prefeito, expondo fissuras profundas no clã Gonçalves.

Um dos momentos mais emblemáticos da crise ocorreu durante a tradicional festa da padroeira de Rio Largo, um evento religioso que costuma simbolizar união na cidade. Desta vez, porém, o clima foi de tensão política. Durante a cerimônia, Gilberto Gonçalves evitou qualquer gesto de afeto público com a esposa, Cristina, e protagonizou uma cena de hostilidade ao se aproximar do sobrinho, Carlos Gonçalves. Com semblante furioso, GG disparou insultos, chamando o prefeito de “cabra safado”, o que gerou constrangimento e murmúrios entre os presentes.

A crise familiar logo transborda para a esfera política. Como supersecretário da Segov, Gilberto Gonçalves tentou intervir na eleição das comissões da Câmara Municipal, mas sua tentativa foi frustrada por uma decisão unânime dos vereadores, que rejeitaram sua influência. Revoltado com a derrota, GG retaliou exonerando servidores indicados pelos parlamentares, numa clara demonstração de força. A medida, no entanto, gerou uma forte reação política, forçando o prefeito Carlos Gonçalves a intervir. Sob pressão, o jovem prefeito validou a decisão dos vereadores e reverteu as demissões, mas a tensão entre os dois lados permaneceu, desgastando ainda mais a relação entre tio e sobrinho.

O que mais tem chamado a atenção na crise é a ausência de qualquer pronunciamento oficial por parte da Prefeitura ou de Gilberto Gonçalves, algo incomum dado o perfil impetuoso do ex-prefeito. O silêncio tem dado espaço para especulações e rumores, que vão desde disputas por heranças dentro da família até denúncias graves, como um suposto caso de sequestro. Embora nenhuma dessas acusações tenha sido oficialmente confirmada, a falta de transparência tem agravado a sensação de instabilidade política em Rio Largo.

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