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Vítima de tortura exibe queimaduras nas mãos após escapar de exploração sexual no DF – Foto: Metrópoles |
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu Hayra Vitória Pereira Nunes, de 22 anos, sob acusações de torturar e explorar sexualmente adolescentes em um terreiro localizado em Gama, no Distrito Federal. A prisão ocorreu na última quinta-feira (6), em Brasilinha, Goiás.
A investigação teve início após uma jovem de 17 anos conseguir fugir do local e denunciar os horrores que vivenciou. A vítima relatou que era mantida sob ameaças, sofria agressões físicas e era forçada a se prostituir. Segundo seu depoimento, ela e outra adolescente viviam em regime de total submissão e eram constantemente violentadas.
Tortura e Abuso:
A jovem relatou ter sido submetida a torturas cruéis, incluindo queimaduras, cortes e espancamentos. "Ela pegou uma concha com brasa e queimou a palma das minhas mãos, depois queimou o topo da minha cabeça", disse a vítima. Além disso, era obrigada a lamber pimenta do chão e suas roupas foram descartadas, sendo forçada a usar trajes sensuais. Também era obrigada a posar para fotos íntimas, utilizadas para atrair clientes para exploração sexual.
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Hayra Vitória Pereira Nunes, de 22 anos, acusada de torturar e explorar sexualmente adolescentes em um terreiro em Gama, DF – Foto: Metrópoles |
Durante o período em que permaneceu no terreiro, a adolescente foi isolada de sua família e impedida de manter qualquer contato externo. Qualquer tentativa de resistência era punida com mais violência. A vítima afirmou que outra jovem que vivia no local era frequentemente agredida com pauladas no rosto. Temendo ser a próxima vítima, decidiu fugir assim que encontrou uma oportunidade.
No dia 26 de janeiro, a vítima conseguiu escapar e procurou seu pai, que a levou imediatamente para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Após passar por cirurgias e exames no Instituto Médico Legal (IML), a jovem denunciou os abusos. A Polícia Civil iniciou uma investigação que revelou indícios de outros crimes, como cárcere privado e exploração sexual.
O caso levou à prisão de Hayra e de dois cúmplices: seu marido, Lucas Gomes, e um funcionário do terreiro, identificado como Alex. Ao ser localizada em Brasilinha (GO), Hayra tentou negar as acusações, alegando desconhecer a origem das lesões na vítima. No entanto, um dos presos admitiu ter conhecimento das torturas.
Durante a operação, os policiais encontraram outro adolescente de 15 anos na residência da acusada, levantando suspeitas de que os abusos poderiam estar em andamento. As investigações continuam para apurar a extensão dos crimes e identificar outras possíveis vítimas.