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MDB de Calheiros, PL de JHC e PP de Lira: diferenças sutis, semelhanças gritantes no pragmatismo político

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/ Por Redação

JHC, Renan Calheiros e Arthur Lira | Foto: Reprodução

Qual a diferença e qual a semelhança entre o MDB liderado por Renan Calheiros, o PL de JHC e o PP de Arthur Lira? A resposta está longe de ser um mistério e pode ser encontrada na conhecida cartilha “ideológica” dos partidos brasileiros, onde o pragmatismo e o fisiologismo dominam a cena, com raras exceções de legendas marcadamente de esquerda.

Tomemos o MDB como ponto de partida. Hegemônico em Alagoas sob a influência de Renan Calheiros, o partido exibe uma flexibilidade que beira o malabarismo político. Em Brasília, alinha-se parcialmente ao governo do presidente Lula, mas, ao mesmo tempo, governa São Paulo, a maior cidade do país, com um prefeito de perfil bolsonarista, Ricardo Nunes. O MDB, que já foi berço de figuras históricas como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Teotônio Vilela (o pai), hoje reflete menos uma ideologia fixa e mais uma estratégia de sobrevivência e poder.

O PL, por sua vez, consolidado nacionalmente como a casa do bolsonarismo, tem em JHC, prefeito de Maceió, um expoente que adapta o discurso às conveniências locais, sem se prender rigidamente ao radicalismo de Jair Bolsonaro. Já o PP de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, é outro exemplo clássico de fisiologismo: comanda o Congresso com mão firme, negocia apoios com o governo Lula e mantém uma base conservadora, mas sem abrir mão de alianças que garantam influência.

A semelhança entre MDB, PL e PP é evidente: os três são movidos por oportunismo e pela busca de poder, adaptando-se ao contexto político do momento. A ideologia, quando existe, é secundária ao pragmatismo. A diferença está nos matizes e nas lideranças: o MDB de Calheiros aposta na tradição e na capilaridade histórica; o PL de JHC reflete um conservadorismo moderno com verniz local; e o PP de Lira se firma no controle institucional e na negociação de bastidores.

No fim, a cartilha dos partidos brasileiros revela que, entre esses gigantes de Alagoas, o que os une é mais forte que o que os separa: a arte de navegar nas águas turbulentas da política nacional sem afundar.

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