Renan Calheiros e Marluce Caldas | Foto: Reprodução |
A expectativa era de que o presidente Lula resolvesse a questão até fevereiro, mas o mês passou, o carnaval ficou para trás e, agora, as águas de março avançam sem grandes movimentações concretas. No centro desse tabuleiro, está a possível nomeação da procuradora de Justiça Marluce Caldas, tia do prefeito de Maceió, JHC (PL).
A escolha, porém, não depende apenas do critério técnico. A política, como sempre, impõe suas condições. O nome de Marluce Caldas está diretamente ligado a um acerto maior, que pode definir o futuro político de Alagoas nos próximos anos: a reeleição do senador Renan Calheiros (MDB-AL) em 2026.
Nos bastidores, aliados de Renan garantem que qualquer movimento no estado passa, obrigatoriamente, pelo aval do senador e de seu grupo político. Tanto que, já em janeiro, Lula teria deixado claro – de forma direta ou por meio de emissários – que o prefeito JHC precisaria dialogar com os Calheiros para qualquer composição política em Alagoas.
O tempo segue correndo, mas sem avanços visíveis. A demora na definição da indicação para o STJ levanta dúvidas sobre o real estágio do acordo. Teria sido apenas uma promessa de Lula para manter os Calheiros na base aliada? Ou há entraves nas negociações que podem mudar os rumos da sucessão no Senado?
Enquanto isso, no jogo político, o silêncio às vezes fala mais alto que as palavras.