Renan Filho e JHC: o que esperar do embate político em 2026?

 

JHC e Renan Filho | Foto: Reprodução

A política alagoana vive um momento de efervescência com dois nomes que, apesar de carregarem legados familiares, conseguiram construir suas próprias identidades no cenário estadual: Renan Filho e João Henrique Caldas, o JHC. Ambos cresceram imersos em histórias de política contadas por seus pais, figuras influentes em Alagoas, mas lograram se desvencilhar do "cordão umbilical político" para traçar seus próprios caminhos. De um lado, a família Calheiros, liderada pelo clã de Renan Filho; do outro, a família Caldas, com JHC à frente. A disputa entre esses dois polos promete esquentar as eleições de 2026.

Os Calheiros, historicamente, dominam a política alagoana. Com mais da metade das prefeituras do estado – que conta com 102 municípios – sob sua influência, a família mantém uma hegemonia que se estende por décadas. Uma parte significativa desse controle também é compartilhada com outro gigante local, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que exerce forte influência em diversas regiões de Alagoas. Esse cenário consolidado parecia inabalável até pouco tempo atrás.

No entanto, JHC vem mudando essa narrativa. Desde que assumiu a prefeitura de Maceió, em 2021, o político tem demonstrado um crescimento expressivo. Reeleito em primeiro turno nas eleições de 2024, com impressionantes 83,26% dos votos – considerando 99,75% das seções apuradas –, JHC transformou sua gestão na capital em um trampolim para ambições maiores. Sua popularidade, hoje inegável, já causa desconforto nos bastidores da família Calheiros, que vê o jovem prefeito como uma ameaça real ao seu domínio.

A questão que paira no ar é: será JHC capaz de virar o jogo em 2026? Analistas políticos apontam que o desempenho de JHC em Maceió, aliado a uma aprovação recorde, pode ser o diferencial em uma eventual disputa estadual. Enquanto isso, Renan Filho, com a máquina política dos Calheiros e uma base sólida no interior, não deve subestimar o adversário. A eleição promete ser um embate entre o peso da tradição e a força do novo, em um estado onde o poder político sempre foi uma questão de família – mas que, agora, pode ganhar contornos mais imprevisíveis.