Ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Hugo Barreto/Metrópole |
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, votou pela aceitação integral da denúncia, sendo acompanhado pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Turma. Com a decisão, Bolsonaro e os demais denunciados agora responderão formalmente ao processo na Justiça.
Horas antes da conclusão do julgamento, o ex-presidente usou a rede social X para se manifestar sobre o caso. Em uma longa publicação, Bolsonaro classificou o processo como “uma espécie de atentado jurídico à democracia” e acusou o STF de conduzir um “julgamento político, parcial, enviesado e abertamente injusto”. Ele apontou o relator, Alexandre de Moraes, como “completamente comprometido e suspeito”, sugerindo que o objetivo seria “se vingar”, prendendo-o e retirando-o das próximas disputas eleitorais.
“Todos sabem que, com meu nome na disputa, minha vitória e a conquista da maioria no Senado são resultados inescapáveis. Simples assim”, escreveu Bolsonaro, relacionando o julgamento a práticas que, segundo ele, lembram o que ocorreu em países como Nicarágua e Venezuela. O ex-presidente ainda alertou que “a comunidade internacional acompanha de perto” o que classificou como “perseguição seletiva” e uma tentativa de “eliminar a oposição por via judicial” no Brasil.
Bolsonaro também criticou o que chamou de “teatro processual disfarçado de Justiça”, afirmando que o julgamento teria “data, alvo e resultado definidos de antemão”. Para ele, o processo não seria apenas penal, mas um “projeto de poder” com o objetivo de interferir na dinâmica política e eleitoral do país.
A denúncia aceita pelo STF envolve acusações de que Bolsonaro e seus aliados teriam articulado ações para questionar a legitimidade das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O caso agora segue para a fase de instrução processual, na qual serão coletadas provas e ouvidas testemunhas antes de um eventual julgamento final.