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Câmara legislativa de Maceió | Foto: Reprodução |
Durante seu discurso, Prado criticou a ocupação e afirmou que o governo de esquerda apoia e incentiva "movimentos criminosos". Ele alegou ter visto manifestantes utilizando carros de alto valor, questionando a legitimidade do movimento.
"Eu digo criminosos porque hoje testemunhei um daqueles invasores entrando num veículo Toro que tem custo de mais de R$ 200 mil. Basta ir na concessionária e manifestar. Verifiquei um outro manifestante saindo de um carro Civic, de luxo. Como é que essas pessoas precisam de terra? Como é que essas pessoas têm necessidades de invadir e depredar um patrimônio público para querer terra? Isso é uma verdadeira conduta criminosa", disparou.
O vereador Leonardo Dias (PL) reforçou a fala de Prado e ironizou a situação, afirmando que os veículos usados pelos manifestantes costumam ser ainda mais luxuosos.
"Infelizmente, muitos deles realmente são massas de manobra, e fica muito claro e evidente quando a gente vê que [os movimentos] são organizados por pessoas que têm dinheiro, muito dinheiro, e que de alguma forma devem se beneficiar com essa luta", afirmou.
Diante das críticas ao MST, a vereadora Teca Nelma pediu a palavra e rebateu as declarações de Prado e Dias. Ela defendeu o movimento e questionou quem teria o direito de definir o que é uma "luta social".
"Quem é o senhor para definir o que é luta social? A gente tem muito orgulho de caminhar ao lado do MST. Os ataques à organização dos camponeses e camponesas não correspondem verdadeiramente com o que Maceió vive hoje. Criminoso é quem invadiu no dia 8 de janeiro", disse, em referência aos atos golpistas de 2023.
Teca também criticou o conceito de "luxo" mencionado por Prado e afirmou que, na realidade, os próprios vereadores vivem uma realidade privilegiada.
"Carro de luxo é o que a gente tem. O luxo é ser vereador na cidade de Maceió, receber o salário que recebe, ter acesso a um, dois carros, gasolina. Isso é muito bom. Mas isso aí não é luxo para a comunidade. Usar o boné [do MST] é mostrar que a cidade precisa de reforma agrária", pontuou.
Após a fala de Teca, Prado retomou a palavra e voltou a criticar o movimento. Para ele, a esquerda não se preocupa com ordem e progresso.
"Como representante do povo de Maceió, é importante que nós queremos a praça desocupada e não com mutirão de limpeza promovido pelos invasores. Queremos utilizar a praça para fazer um piquenique, para levar nossos filhos, para praticar um esporte. É para convívio social, não campo para invasão", concluiu.