Arthur Lira | Foto: Reprodução |
Durante seu mandato como presidente da Câmara, Lira consolidou sua autoridade em um Congresso marcado por um semiparlamentarismo velado, negociando com o governo Lula por meio do tradicional "toma lá, dá cá". Sua influência sobre o Centrão, grupo que condiciona o avanço de projetos do Planalto ao pagamento de milionárias emendas parlamentares, ainda é vista como essencial pelo presidente. Contudo, Hugo Mota, sozinho, parece não dar conta de articular a base governista na Câmara, o que reforça a relevância de Lira, mesmo fora do comando.
A indefinição sobre seu futuro em Brasília tem reflexos diretos em Alagoas, onde o cenário político para as eleições de 2026 começa a se desenhar. Antes cotado como favorito para uma vaga ao Senado, Lira vê sua posição enfraquecida. Sem o respaldo partidário de outrora e sem apoio para enfrentar nomes como Renan Calheiros, sua candidatura ao Senado perde força. Nos bastidores, um novo mapa eleitoral ganha forma, com Renan Filho apontado como governador, Renan Calheiros e João Caldas Filho (prefeito JHC) como senadores.
Enquanto negociações silenciosas avançam, outros nomes, como a senadora Eudócia Caldas, Davi Filho e o ex-deputado João Caldas, também buscam espaço no caldeirão político alagoano. A vaga de vice-governador ainda é uma incógnita. Nesse contexto, Artur Lira, outrora figura central, parece destinado a se contentar com mais um mandato como deputado federal, longe do protagonismo que marcou sua trajetória recente.