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Julgamento de acusado de feminicídio contra Elizabeth Araújo é realizado no Fórum de Maceió

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/ Por Redação

 

Reú acompanhou o júri em sala separada | Foto: Reprodução
Teve início às 9h desta terça-feira (8), no Fórum Jairon Maia Fernandes, no bairro do Barro Duro, em Maceió, o julgamento de Evanderson Seixas dos Santos, acusado de assassinar a tiros a ex-companheira Elizabeth Nascimento de Araújo. O crime ocorreu em 31 de dezembro de 2022, no bairro do Jacintinho, e o réu responde por homicídio triplamente qualificado.

O Júri Popular é presidido pelo juiz Yulli Roter Maia, titular da 7ª Vara Criminal da Capital. O promotor de Justiça Antônio Villas Boas representa o Ministério Público de Alagoas (MPAL), com apoio da defensora pública Heloísa Bevilaqua na acusação.

De acordo com o MPAL, o crime se caracteriza como feminicídio, agravado por motivo torpe (dinheiro) e impossibilidade de defesa da vítima, uma vez que Elizabeth já estava caída no momento dos disparos. A Promotoria sustenta que o assassinato foi motivado pelo fato de a vítima ser mulher e por não aceitar o fim do relacionamento.

Em depoimento emocionado à imprensa, a irmã da vítima, Edivânia Nascimento, afirmou que Elizabeth sofreu diversas formas de violência, inclusive psicológica, e foi humilhada com o compartilhamento de fotos íntimas em redes sociais após a separação. “Ela não volta mais. Eu perdi uma irmã. Vai ser o resto da minha vida sem ela. As filhas dela também. Ele vai sair e terá uma família o esperando. E nós? Qual porta vamos abrir para esperar por ela?”, desabafou.

A defesa do réu solicitou que Evanderson Seixas não comparecesse ao plenário, para evitar exposição durante o julgamento. A solicitação foi aceita pela Justiça.

O rito do júri seguiu com a oitiva de quatro testemunhas de acusação — uma quinta, amiga da vítima, foi dispensada. Em seguida, duas testemunhas de defesa foram ouvidas. A fase de interrogatório teve início logo depois, seguida pelos debates entre acusação e defesa, que ainda estavam em andamento até o fechamento desta matéria.

A expectativa é de que o julgamento seja concluído ainda nesta terça-feira, com a deliberação dos jurados e a leitura da sentença.

Entenda o caso

Elizabeth Araújo, de 45 anos, foi assassinada no meio da rua, na véspera de Réveillon de 2022. Segundo as investigações, ela foi surpreendida pelo ex-companheiro enquanto estava na calçada da Rua Cláudia, no Jacintinho. O acusado, que chegou em uma motocicleta, abordou a vítima, que ainda tentou resistir, mas caiu no chão e foi baleada.

Antes do crime, Elizabeth havia registrado boletim de ocorrência por agressões físicas e verbais, além de extorsão — o ex exigia R$ 10 mil. Ela conseguiu uma medida protetiva, mas isso não foi suficiente para impedir o feminicídio.

O caso mobilizou movimentos sociais e reforçou o debate sobre a efetividade das políticas públicas de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica em Alagoas.


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