Davi Alcolumbre e Paulo Dantas | Foto: Reprodução |
A possível indicação de Marluce, que é tia de JHC e figura próxima ao clã Caldas, se transformou em mais um capítulo da já acirrada rivalidade política entre o grupo do governador e o do prefeito de Maceió. Para Dantas, além do fator político familiar, pesa também o histórico de atritos com o STJ, que em 2022 determinou seu afastamento do governo durante a Operação Edema, da Polícia Federal — processo que hoje segue parado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Paulo Dantas conta com apoio de peso nessa articulação. Ele tem atuado em sintonia com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que também se opõe à indicação de Marluce e tem seu próprio candidato para a vaga no STJ. Alcolumbre, que exerce forte influência sobre o processo de sabatina e aprovação no Senado, considera a disputa uma questão estratégica de poder e influência sobre o Judiciário.
Outro nome que o governador tenta atrair para sua causa é o ministro do STF Gilmar Mendes. Embora Mendes mantenha relações próximas com João Caldas, pai de JHC e figura influente nos bastidores políticos, Dantas aposta na construção de uma aliança pontual com o ministro para barrar a indicação de Marluce.
A nomeação de ministros para cortes superiores é sempre marcada por disputas políticas silenciosas e intensas. No caso da vaga no STJ, o que deveria ser uma escolha técnica se transformou em mais um campo de batalha da política alagoana, com impacto direto no cenário nacional.
Enquanto isso, Marluce Caldas segue no páreo, mas a "novela" — como vem sendo chamada por observadores de Brasília — ainda está longe de um desfecho. Com o avanço de articulações nos bastidores e os jogos de influência em curso, o processo pode se arrastar por semanas ou até meses.
Para Paulo Dantas, cada dia de indefinição é uma oportunidade para fortalecer seu campo de aliados e evitar que uma adversária simbólica ganhe assento em uma das cortes mais importantes do país.