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Réu confessa assassinato em júri, mas alega legítima defesa em caso de 18 homicídios em AL

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/ Por Redação

 

Promotor de Justiça Thiago Riff durante o julgamento de Albino Santos, acusado por uma série de homicídios entre 2019 e 2024 - Foto: MPAL
Teve início nesta sexta-feira (11) o aguardado julgamento de Albino Santos de Lima, acusado de uma série de crimes brutais que chocaram Alagoas. Diante do júri, Albino confessou ter assassinado o barbeiro Emerson Wagner da Silva, uma das 18 vítimas de homicídio consumado que lhe são atribuídas entre os anos de 2019 e 2024. Além dos homicídios, Albino responde por duas tentativas de assassinato e acumula 10 processos na Justiça, estando preso desde setembro do ano passado.

No decorrer do julgamento, o promotor de Justiça Thiago Riff sustentou a acusação de homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio duplamente qualificada no caso da morte de Emerson e da tentativa contra o adolescente R.V.S. As qualificadoras apresentadas pela acusação incluem motivo torpe e recurso que dificultou a defesa das vítimas.

Em sua defesa perante o júri, Albino alegou legítima defesa no caso da morte do barbeiro, ocorrida em junho de 2024. “Não tive escolha. Esse caso é uma exceção, um caso à parte. Fui vítima de uma tentativa de assassinato”, declarou o réu, buscando diferenciar este crime dos demais que lhe são imputados.

Antes do interrogatório do réu, o Tribunal ouviu as três testemunhas arroladas pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL). O primeiro a depor foi o adolescente R.V.S., sobrevivente da tentativa de homicídio que vitimou Emerson. Em seu depoimento, o jovem relatou que Emerson o chamou para confrontar Albino, que teria tentado entrar na casa da namorada da vítima. Após uma discussão verbal, Albino teria perseguido os dois e efetuado os disparos. “Ele entrou numa rua escura e atirou. Emerson foi atingido e morreu ali mesmo. Eu só consegui escapar porque estava de moto”, detalhou o sobrevivente.

As outras duas testemunhas apresentadas pelo MPAL foram a ex-mulher de Albino e o genro dela. Ambos trouxeram à tona o comportamento agressivo do acusado em suas relações pessoais. A ex-companheira relatou tentativas de separação anteriores, nas quais Albino demonstrava resistência e adotava uma postura intimidadora e violenta.

Ao ser interrogado pelo júri, Albino admitiu ter efetuado os disparos contra Emerson, mas insistiu na tese de legítima defesa, alegando ter sido ameaçado pelas duas vítimas momentos antes do ataque.

Com a fase de depoimentos concluída, o julgamento entrou na etapa dos debates entre a acusação e a defesa. O Ministério Público terá 1h30 para apresentar seus argumentos, mesmo tempo concedido à defesa. Após as explanações, o promotor decidirá se fará uso do direito à réplica.

A expectativa é de que o júri seja finalizado ainda nesta sexta-feira, com a leitura da sentença pelo juiz responsável pelo caso. O veredicto deste julgamento poderá ter um impacto significativo nos demais processos que envolvem Albino Santos de Lima, cuja extensa ficha criminal e a brutalidade dos crimes cometidos geraram grande comoção em Alagoas.

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